quarta-feira, 21 de maio de 2008

Atártida

O continente é coberto por uma grossa camada de gelo, com espessura média de 2 km e volume de 30.000.000 km³. A única excessão é a península antárctica, que permanece "descongelada" no verão. Na região existem estações de pequisa de diversos países, ocupadas periodicamente por cientistas. O clima não permite que abrigue moradias permanentes. A Antártida é bastante procurada por quem busca turismo de aventura.
Vinte e seis países possuem base de pesquisa científica no continente: África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Brasil, Bulgária, Chile, China, Coréia do Sul, Equador, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Índia, Itália, Japão, Nova Zelândia, Noruega, Peru, Polônia, Reino Unido, Rússia, Suécia, Ucrânia e Uruguai.
A Antártida é cercada pelas águas confluentes dos Oceanos Pacífico, Atlântico e Índico. Possui várias ilhas adjacentes, como: Shetland do Sul, Orkney do Sul, Balley, Scott e Adelaide. Aproximadamente 90% das geleiras do mundo estão no continente. No inverno sua superfície duplica devido ao congelamento dos oceanos. As geleiras mantêm 70% da água doce do mundo, interferindo diretamente no nível dos oceanos. Pesquisas recentes mostram que o continente abriga o maior lago do mundo sob o gelo, com 10.000 km².
Alguns dos picos mais elevados da Antártida localizam-se nos montes Transartárticos, um prolongamento geológico da Cordilheira dos Andes. As atividades na região restringem-se à pesca e à investigação científica em diversas áreas. Há um buraco na camada de ozônio sobre o continente antártico.
Com a assinatura do Tratado da Antártida ficam suspensas todas as disputas pela posse de terras no continente. Alguns países como Austrália, França, Noruega, Reino Unido, Nova Zelândia, Argentina e Chile reivindicavam áreas continentais como parte de seu território nacional.
Calcula-se que a Antártida tenha cerca de 14 000 000 km2.
Seu contorno é irregular com apenas duas reentrâncias: o Mar de Weddell e o Mar de Ross.
Na Antártida a espessura do gelo chega a atingir 4 km formando grandes inlandsis que recobrem a superfície.
Cerca de 98% da superfície da Antártida é recoberta por geleiras. Estas dão origem aos icebergs que flutuam à deriva pelo mar. O gelo Antártico, que soma 30 milhões de km3, representa mais de 90% da água doce do planeta e é uma riqueza estratégica para o futuro: se todos os rios do mundo fossem alimentados por esse gelo, correriam perenes por pelo menos 600 anos.
O potencial de recursos naturais da Antártida pode ser enorme, havendo indícios de cobre, ouro, chumbo, prata, platina, cromo, carvão, minério de ferro, petróleo e gás natural. No entanto, em 1988, os membros do Tratado da Antártida decidiram que os projetos de exploração econômica estavam proibidos, temendo que a poluição colocasse em risco o continente e seu processo de arquivo de climas passados.
O Tratado da Antártida é um acordo firmado desde 1959, que determina o uso do continente para fins pacíficos, estabelece o intercâmbio de informações científicas e proíbe novas reivindicações territoriais.
O Tratado, do qual o Brasil é signatário, determinou que até 1991 a Antártida não pertenceria a nenhum país em especial, embora todos tivessem o direito de instalar ali bases de estudos científicos. Na reunião internacional de 1991 os países signatários do Tratado resolveram prorrogá-lo por mais 50 anos, isto é, até 2041 a Antártida é um patrimônio de toda a Humanidade. Atualmente o Tratado da Antártida tem 41 associados dos quais 26 são membros consultivos, inclusive o Brasil.
A primeira expedição brasileira à Antárida aconteceu em 1984 com o navio Barão de Teffé, dando início ao Programa Antártico Brasileiro com a instalação da base científica Comandante Ferraz na Ilha do Rei Jorge.


Navio Barão de Teffé - Marinha Brasileira - Missão Antártica. É este navio que leva os cientistas brasileiros à Antártida.

O primeiro avião brasileiro a pousar ali foi um Hércules C-130, em agosto de 1983, em pleno inverno. A partir daí, os vôos de apoio têm se realizado sete vezes ao ano. Isso porque no inverno só se pode chegar ao continente de avião, pois o mar congela e impede a aproximação de navios. Além da Estação Comandante Ferraz, o Brasil conta com 4 refúgios, feitos de um ou dois containers, onde os pesquisadores podem ficar num período de 30 a 40 dias.

Existem no Brasil 22 universidades e institutos de pesquisa que se dedicam ao estudo do continente antártico. Entre eles está o estudo das rotas de migração das aves desenvolvido pela equipe da UNISINOS do Rio Grande do Sul, que já fez o levantamento de mais de 13 mil aves, o trabalho sobre impacto ambiental desenvolvido pelo Instituto Oceanográfico da USP, o estudo dos pingüins que vivem nas proximidades da Estação Comandante Ferraz, a pesquisa das geleiras próximas à estação desenvolvida pelo glaciólogo brasileiro Jefferson Cardia Simões da UFRS, um estudo geológico-estratigráfico da Península Antártica e sua relação com o continente sul-americano, o exame da camada de ozônio e o comportamento do clima antártico e sua influência sobre o Brasil desenvolvido pelos cientistas ligados ao INPE, o estudo sobre as espécies de peixes comestíveis desenvolvido pelas universidades do Estado do Paraná, a busca de meteoritos feita pelos astrônomos do Observatório Antares, de Feira de Santana. Enfim, os estudos brasileiros são dirigidos para uma maior compreensão do meio ambiente global, sendo fundamental toda a atividade desenvolvida na área do Tratado da Antártida.

Curiosidades sobre a Antártida
A temperatura mais baixa já registrada na Terra foi na Antártida, na base científica russa de Vostok: -89,2º C no dia 21 de julho de 1983.

A Antártida é mais fria do que o Ártico devido às elevadas altitudes e aos blizards. Em conseqüência de temperaturas tão baixas.

No inverno a área da Antártida é maior devido à formação de uma capa de gelo que circula o continente. Essa camada variável é chamada de banquisa.

Mais de 9 mil fragmentos de meteoritos já foram recolhidos na Antártida. Dentre eles, um meteorito de 4 bilhões da anos que, aparentemente, se desprendeu de Marte.



Antártida
O Continente Antártico, o mais isolado, frio, ventoso, elevado e seco continente da Terra, está situado na região polar austral; é formado por uma massa continental, localizada quase inteiramente dentro do círculo polar antártico. É cercado pelo Oceano Antártico, de limites imprecisos, formado pelo encontro das águas dos Oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, a chamada Confluência Antártica.

Está localizado quase concentricamente em torno do Pólo Sul, sendo o quinto maior e o mais austral dos continentes. Profundas baías, mais para o sul dos Oceanos Pacífico e Atlântico, dividem o continente em duas partes desiguais. A parte maior é conhecida como Antártica Oriental, por estar localizada, principalmente, em longitude leste. A parte menor, totalmente em longitude oeste, é chamada Antártica Ocidental. O leste e o oeste são separados pelas Montanhas Transantárticas.

Enquanto a Antártica Oriental consiste, principalmente, em um "plateau" elevado e coberto por gelo, a Antártica Ocidental consiste em um arquipélago de ilhas montanhosas, cobertas e ligadas entre si por gelo.


Exploração no Pólo Sul

O Continente Antártico constitui quase 10% da área continental do planeta, ou seja, 14.000.000 de quilômetros quadrados, aproximadamente o tamanho da América do Sul. Cerca de 98% do Continente Antártico está coberto de gelo e de neve durante todo o ano, com uma espessura média de 2.000 metros que, em algumas regiões, pode ultrapassar 4.800 metros. Se todo esse gelo sofresse fusão, o nível dos mares do mundo se elevaria 60 metros.

Esse gelo, representa 90% de toda a água doce do planeta. No inverno, pelo congelamento dos mares em sua volta, a área do Continente Antártico aumenta para cerca de 32.000.000 de quilômetros quadrados, formando um cinturão de cerca de 1.000 quilômetros de largura. As temperaturas médias anuais variam de 0ºC (verão) a -15ºC (inverno) no litoral e de -32ºC (verão) a -65ºC (inverno) no interior do continente. A menor temperatura já registrada foi de -89,2ºC, na Estação Vostok (ex-URSS), em 21 de julho de 1983, sendo também a mínima temperatura ambiente já medida na Terra. A velocidade média do vento na região costeira da Terra Adélie é de, aproximadamente, 69 quilômetros por hora, e a velocidade máxima já registrada foi de 192 quilômetros por hora.

Pelo estudo de rochas e fósseis de vegetais e animais, evidencia-se uma analogia entre a Antártica e os outros continentes, particularmente a África, a América do Sul, a Austrália e a Ásia (Índia), aos quais esteve justaposta, formando o Supercontinente de Gondwana, até o início do processo de movimentação das placas litosféricas, que levou à dispersão global dos vários continentes há cerca de 150 a 180 milhões de anos atrás. Esse processo prossegue até hoje, de acordo com a Teoria da Deriva Continental. Essa teoria foi proposta, em 1912, pelo astrônomo, meteorologista e geofísico alemão Alfred Wegener. Análise de dados obtidos com o estudo de rochas, fósseis, erosão de geleiras, recifes de coral e depósitos de carvão, entre outros, fazem com que a geologia moderna confirme a existência de Gondwana.

O Continente Antártico é o único continente em que o homem não viveu antes da implantação de estações baleeiras ou científicas. De toda a sua enorme área continental, apenas uma fração insignificante é ocupada por cerca de cinqüenta estações científicas que, muitas vezes, recebem apoio logístico de militares, localizadas, principalmente, em sua costa, na região da Península Antártica.

Dados gerais do continente
Área: 14.108.000 km²
População: -----x------
Países: nenhum, embora 26 países tenham base científica no continente.
Ponto mais alto: Monte Vinson - 5.140m
Ponto mais baixo: Fossa subglacial Bentley - -2.538m
Maior península: Antártica - 1.300 km
Temperatura mínima registrada: -89,2ºC - Estação Vostok

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Antártida

O continente onde foi registrada a temperatura mais fria de todos os tempos (-89,2°C na estação Vostok em 21/07/1983) é cercado pelos oceanos Pacífico e Atlântico e se localiza no Pólo Sul do planeta.

Com uma extensão de 14 milhões de km², a história do continente praticamente se resume à sua história de exploração. Devido às baixas temperaturas registradas (a temperatura média varia de 0°C no verão no litoral a -65ºC no inverno no interior), a Antártica é o continente mais inóspito do planeta e, por isso, possui muitas regiões ainda não exploradas pelo homem.

Durante todo o ano cerca de 98% do território permanece congelado. E no inverno sua extensão chega a aumentar até 1mil km de largura por causa do gelo.
Mesmo com montanhas que atingem em média 2.000 metros de altura (é o continente com a maior média de altitude), os ventos fortíssimos (a velocidade máxima já registrada foi de 192km/h) no continente Antártico fazem com que o tempo mude constantemente e bastante rápido e embora possua mais de 2/3 da água doce do planeta é um dos locais mais secos do mundo, pois toda a água por lá está congelada. A precipitação anual é de apenas 140mm o que faz do continente um verdadeiro deserto polar. Entretanto, esse deserto polar possui uma grande diversidade biológica.

Estima-se que na Antártica existam 150 espécies de peixes que se adaptaram para viver em locais muito frios. Devido a Convergência Antártica (encontro da Corrente Antártica Circumpolar com a correntes quentes do sul dos Oceanos Atlântico, Índico e Pacífico), esta região é considerada a mais nutritiva do planeta. É nesse lugar onde cresce o crustáceo que é a base da cadeia alimentar local, o krill, que serve de alimento para diversos animais marinhos. Em seus mares também, habitam criaturas como os golfinhos e as baleias (cachalotes e baleias azuis, por exemplo) que migram para regiões mais quentes no inverno. Outros habitantes são algumas espécies de focas, o lobo-marinho e o elefante marinho.

Quanto às aves, na Antártica encontram-se grandes quantidades de indivíduos da mesma espécie, mas a variedade de espécies é bem limitada. O animal típico da região é o pingüim. Chegam a ser encontradas populações com até 1,5 milhões de indivíduos. Outras aves do continente Antártico são os albatrozes, as skuas ou gaivota-rapineira além de outras espécies de gaivotas, o biguá, andorinhas do mar, espécies de pombas e os petréis (aves marítimas que podem chegar a 2,10 de envergadura).

Por causa do clima e do fato de a maior parte do solo permanecer congelada o ano todo, a flora na Antártica é bem simples. Consiste praticamente em algas, fungos, liquens, musgos e duas espécies de vegetais superiores que têm o crescimento inibido pelos animais (angiospermas e gramíneas).

Devido às suas características extremas, é o único continente que não possui população permanente e, por isso, também é o único lugar do mundo que ainda possui o ar totalmente puro. Isso se deve ao fato de que o continente é regido pelo “Tratado da Antártica” (1961), onde os países abrem mão da soberania sobre determinadas regiões do continente e fica acordado que a Antártida será usada somente para pesquisa científica com cooperação entre os países. Mais tarde em 1991, é aprovado o “Protocolo sobre Proteção Ambiental para o Tratado da Antártica” na “XI Reunião Consultiva Especial do Tratado da Antártica” que proíbe a exploração mineral que não seja para fins de pesquisa e estabelece normas de preservação ambiental.

Aliás, o maior problema que atinge a região Antártica atualmente é justamente um problema ambiental. Devido ao aquecimento do planeta cerca de 3 mil km² de geleiras derreteram entre 1998 e 1999. O evento mais preocupante até hoje, foi o desprendimento da geleira Larsen B. com cerca de 3.250 km². Mesmo assim, os cientistas afirmam que isso não contribuiu para o aumento do nível do mar nos últimos anos porque o gelo já estava no mar.

Contudo, isso significa que as correntes de ar quente que chegam ao continente passando por cima das cadeias montanhosas no verão, estão mais quentes. O que pode elevar a temperatura do interior da Antártica e contribuir para a aceleração do derretimento do gelo.

sábado, 3 de maio de 2008

Transportes

Com o objetivo de dar início aos trabalhos de instalação da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) e de possibilitar a admissão do Brasil ao Conselho Consultivo do Tratado Antártico, o Brasil adquiriu o Navio de Apoio Oceanográfico (NApOc) Barão de Teffé, H-42, navio polar, com antigo nome de "Thala Dan".
O Barão de Teffé participou de doze Operações Antárticas e serviu para fornecer apoio logístico a EACF e aos seus refúgios localizados nas ilhas Rei George, Elefante e Nelson e para realizar o transporte de pessoal. Ainda fazia a manutenção de suprimento de óleo, gêneros alimentícios, equipamentos de pesquisa, bem como de materiais de construção de módulos para as ampliações e adaptações feitas na Estação.
Para as tarefas na área de oceanografia, foi utilizado também o Navio Oceanográfico (NOc) Prof. W. Besnard, do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP). Foi construído na Noruega, em 1967, e batizado em homenagem ao professor Wladimir Besnard, cientista de origem russa e fundador do Instituto Oceanográfico da USP. Foi empregado nas seis primeiras Operações Antárticas, deixando de participar da Operação Antártica VII, com início no verão de 1988/1989.
A partir da Operação Antártica XIII, iniciada em 3 de novembro de 1994, o Brasil começou a utilizar um novo navio, o NapOc Ary Rongel, H-44, que substituiu, com vantagem, o antigo e heróico Barão de Teffé, já que é mais seguro, mais veloz, consome menos combustível e tem maior capacidade de manobra. Com isto, o Ary Rongel pode fazer expedições científicas mais baratas, chegar aos lugares determinados em menos tempo e, em conseqüência, desenvolver maior número de projetos de pesquisa.
O NApOc Ary Rongel possui autonomia de 110 dias; velocidade máxima de 15 nós (26,7 quilômetros por hora), quase o dobro da alcançada pelo Barão de Teffé; 68,2 metros de comprimento; 13 metros de largura; 6,2 metros de calado; dois motores de 2200 Hp cada; disponibilidade de carga de 2.360 metros cúbicos; e deslocamento máximo de 3.670 toneladas.
Construído na Noruega, em 1981, com o nome original de "Polar Queen", e destinado a operar em campos de gelo fragmentado, já fez expedições ao Ártico, Mar do Norte e Antártica. Possui um casco reforçado de aço com 2 centímetros de espessura, o dobro do convencional.
O nome do novo navio é uma homenagem ao Almirante Ary dos Santos Rongel, que foi diretor da Escola Naval e comandante de um navio hidrográfico e de um contratorpedeiro durante a Segunda Guerra Mundial.
Assim como o veterano Barão de Teffé transporta dois helicópteros biturbinados do tipo Esquilo. É dotado de três destiladores de água do mar, duas baleeiras (escaleres) com capacidade de 44 pessoas cada, uma lancha e cinco balsas infláveis, equipadas com motores de popa.
Em sua primeira viagem à Antártida sob a bandeira brasileira, o Ary Rongel levou 27 pesquisadores, 69 tripulantes e cerca de 300 toneladas de equipamentos e material destinado às pesquisas no próprio navio e na EACF.

O Buraco na Camada de Ozônio

A camada de ozônio é uma "capa" desse gás que envolve a Terra e a protege de vários tipos de radiação, sendo que a principal delas, a radiação ultravioleta, é a principal causadora de câncer de pele. No último século, devido ao desenvolvimento industrial, passaram a ser utilizados produtos que emitem clorofluorcarbono (CFC), um gás que ao atingir a camada de ozônio destrói as moléculas que a formam (O3), causando assim a destruição dessa camada da atmosfera. Sem essa camada, a incidência de raios ultravioletas nocivos a Terra fica sensivelmente maior, aumentando as chances de contração de câncer.
Nas últimas décadas tentou-se evitar ao máximo a utilização do CFC e, mesmo assim, o buraco na camada de ozônio continua aumentando, preocupando cada vez mais a população mundial. As ineficientes tentativas de se diminuir a produção de CFC, devido à dificuldade de se substituir esse gás, principalmente nos refrigeradores, fez com que o buraco continuasse aumentando, prejudicando cada vez mais a humanidade.
Um exemplo do fracasso na tentativa de se eliminar a produção de CFC foi a dos EUA, o maior produtor desse gás em todo planeta. Em 1978 os EUA produziam, em aerossóis, 470 mil toneladas de CFC, aumentando para 235 mil em 1988. Em compensação, a produção de CFC em outros produtos, que era de 350 mil toneladas em 1978, passou para 540 mil em 1988, mostrando a necessidade de se utilizar esse gás em nossa vida quotidiana. É muito difícil encontrar uma solução para o problema. De qualquer forma, temos que evitar ao máximo a utilização desse gás, para que possamos garantir a sobrevivência de nossa espécie.
O buracoA região mais afetada pela destruição da camada de ozônio é a Antártida. Nessa região, principalmente no mês de setembro, quase a metade da concentração de ozônio é misteriosamente sugada da atmosfera. Esse fenômeno deixa à mercê dos raios ultravioletas uma área de 31 milhões de quilômetros quadrados, maior que toda a América do Sul, ou 15% da superfície do planeta. Nas demais áreas do planeta, a diminuição da camada de ozônio também é sensível; de 3 a 7% do ozônio que a compunha já foi destruído pelo homem. Mesmo menores que na Antártida, esses números representam um enorme alerta ao que nos poderá acontecer, se continuarmos a fechar os olhos para esse problema.
Porque o buraco na camada de ozônio é na Antártida?
Em todo o mundo as massas de ar circulam, sendo que um poluente lançado no Brasil pode atingir a Europa devido a correntes de convecção. Na Antártida, por sua vez, devido ao rigoroso inverno de seis meses, essa circulação de ar não ocorre e, assim, formam-se círculos de convecção exclusivos daquela área. Os poluentes atraídos durante o verão permanecem na Antártida até a época de subirem para a estratosfera. Ao chegar o verão, os primeiros raios de sol quebram qualquer outra parte do mundo.
Os maus causados
A principal conseqüência da destruição da camada de ozônio será o grande aumento da incidência de câncer de pele, desde que os raios ultravioletas são mutagênicos. Além disso, existe a hipótese segundo a qual a destruição da camada de ozônio pode causar desequilíbrio no clima, resultando no efeito estufa, o que causaria o descongelamento das geleiras polares e conseqüentes inundação de muitos territórios que atualmente se encontram em condições de habitação. De qualquer forma, a maior preocupação dos cientistas é mesmo com o câncer de pele, cuja incidência vem aumentando nos últimos vinte anos. Cada vez mais se aconselha a evitar o sol nas horas em que esteja muito forte, assim como a utilização de filtros solares, únicas maneiras de se prevenir e de se proteger a pele.

Cuidados Ambientais

Com referência à proteção do meio ambiente antártico, os ecossistemas terrestres caracterizam-se pela descontinuidade, condições ambientais inóspitas, baixa diversidade específica e taxas de crescimento muito lentas. Se não forem protegidos, tais ecossistemas poderão sofrer impactos ambientais irreversíveis.
Já os ecossistemas marítimos, ao contrário dos terrestres, são contínuos, pelos seus 36 milhões de quilômetros quadrados de extensão, possuindo maior capacidade de absorver impactos. Suas condições ambientais são menos extremas e sua diversidade é bastante superior, o que não permite, entretanto, sua exploração indiscriminada.
O Tratado Antártico, que evidencia a necessidade de metodologias conservacionistas, elaborou, em 1964, as "Medidas de Conservação da Flora e da Fauna Antártica", aplicáveis a todo território e a áreas ao sul do paralelo 60ºS. Propuseram-se códigos de conduta para visitantes, procedimentos para tratamento do lixo e avaliação e controle do impacto ambiental causado pelo homem na Região Antártida.
Quanto ao tratamento de lixo, não é permitido o lançamento ao solo de quaisquer materiais estranhos ao ambiente antártico. O lixo deverá ser separado de acordo com a sua natureza e colocado em depósitos apropriados. O lixo orgânico, papéis e pedaços de madeira deverão ser incinerados em condições atmosféricas favoráveis, de modo a não interferir nas pesquisas que estão sendo realizadas em locais próximos. As cinzas restantes e os demais tipos de lixo são retirados da Antártica pelo NApOc Ary Rongel. As latas e metais dóceis são compactados e embalados em caixas plásticas resistentes; vidros e garrafas são moídos e também colocados em caixas plásticas apropriadas.
Existem normas específicas que regulam os procedimentos a serem cumpridos, relacionadas ao sistema de esgoto sanitário e águas servidas, em termos de uso e limpeza, com vistas à sua manutenção e ao bom estado de funcionamento.
A partir da Operação Antártida XIII, foi implementado um Grupo de Avaliação Ambiental, que possibilitará o cumprimento dos parâmetros previstos no "Protocolo do Tratado Antártico sobre a Proteção do Meio Ambiente", conhecido como "Protocolo de Madri", um documento elaborado pelas Partes Consultivas do Tratado Antártico, para regulamentar e controlar as atividades humanas na Antártida. O Grupo de Avaliação Ambiental acompanhará e avaliará as atividades antárticas que deverão ser planejadas e realizadas de modo a evitar ou minimizar os efeitos prejudiciais sobre as características climáticas e meteorológicas; os efeitos prejudiciais significativos na qualidade da água e do ar; as mudanças significativas no meio ambiente atmosférico, terrestre (incluindo o aquático), glacial e marinho; as mudanças prejudiciais na distribuição, quantidade ou produtividade das espécies ou populações de espécies da fauna e da flora; os perigos adicionais para as espécies ameaçadas ou em perigo de extinção e a degradação ou o risco substancial de degradação de áreas de importância biológica, científica, histórica, estética ou de vida silvestre.
Prioridade será dada à preservação do ecossistema e à pesquisa científica, incluindo as pesquisas essenciais para a compreensão do meio ambiente global.

Origem do nome


Vem da palavra grega árktos (ursa), usada pelos astrônomos da Antiguidade para designar as constelações da Ursa Maior e Menor, pontos de orientação para os navegantes. Os romanos passam a utilizar o termo árcticos como sinônimo de norte ou setentrional. No século II d.C., surge o termo antárcticus como sinônimo de meridional.
LimitesOceano Antártico, constituído dos oceanos Pacífico, Atlântico e Índico. Fica a 990 km da América do Sul e a dois mil km da Nova Zelândia.
Área13,34 milhões km². No inverno, com o congelamento do oceano, chega aos 19 milhões de km².
Altitude2800 metros, chegando alcançar a 4900 metros.
Divisão26 países possuem base de pesquisa científica no continente, entre eles o Brasil, com a Estação Comandante Ferraz, nas Ilhas Shetland do Sul.O Tratado da Antártida (1959) determina o uso exclusivo da região para fins pacíficos. São proibidas atividades militares, testes nucleares e depósito de lixo radiativo. A Conferência de Madri (1991) proíbe a exploração de recursos minerais por 50 anos e cria comitê para proteção do meio ambiente.
TemperaturaAs temperaturas são sempre baixas. No verão, variam de 0º C nas áreas litorâneas a -35º C no interior; no inverno, vão de -20º C no litoral a -70º C no interior. Com ventos às vezes chegando a 300 km/h, o frio ainda é suportável, pela Antártida possuir um ar muito seco, mesmo assim, não existe desgelo nem mesmo no verão.
Características FísicasÉ formado por uma enorme calota de gelo com uma espessura de até 4.000 m e um volume estimado em 30 milhões de km³, equivalente a 30% das reservas de água doce do planeta. Abriga o pólo geográfico Sul do planeta, a 90º de latitude S, e o pólo magnético, cuja localização não é fixa. Apenas a península Antártida, com 1.000 km de extensão, não está sempre coberta por gelo. O relevo é marcado pela cordilheira Transantártica, prolongamento geológico dos Andes. Ela divide o continente em Antártida Oriental, com planícies, colinas baixas e a geleira Lambert, a maior do mundo, e Antártida Ocidental, com arquipélagos ligados pela cobertura de gelo permanente. As banquisas formadas por água do mar congelado se confunde com o contorno do continente.
MineraisOs minerais cobre, manganês, urânio, carvão, platina, titânio, ouro, prata e petróleo, dão origem ao Tratado da Antártida, que impõe regras para a exploração com limites para as pesquisas científicas.
Ponto mais altoMonte Vinson, na Antártida Ocidental, com 5.140 m.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Curiosidades

Você sabia que existe um Museu Antártico da Fundação Universidade do Rio Grande criado em 7 de janeiro de 1997? Pois existe. Neste museu encontramos uma sítese do continente Antártico desde sua formação, sua flora e fauna e a história do homem no continente polar, inclusive as atividades do Brasil nesse lugar inóspido.
Calcula-se que a Antártida tenhacerca de 14 000 000 km2.Seu contorno é irregular com apenasduas reentrâncias: o Mar de Weddelle o Mar de Ross.
Na Antártida a espessura do gelochega a atingir 4 km formandograndes inlandsis que recobrema superfície.
Cerca de 98% da superfície da Antártida é recoberta por geleiras. Estas dão origem aos icebergs que flutuam à deriva pelo mar. O gelo Antártico, que soma 30 milhões de km3, representa mais de 90% da água doce do planeta e é uma riqueza estratégica para o futuro: se todos os rios do mundo fossem alimentados por esse gelo, correriam perenes por pelo menos 600 anos.
A temperatura mais baixa já registrada na Terra foi na Antártida, na base científica russa de Vostok: -89,2º C no dia 21 de julho de 1983.
A Antártida é mais fria do que o Ártico devido às elevadas altitudes e aos blizards. Em conseqüência de temperaturas tão baixas.
No inverno a área da Antártida é maior devido à formação de uma capa de gelo que circula o continente. Essa camada variável é chamada de banquisa.
Mais de 9 mil fragmentos de meteoritos já foram recolhidos na Antártida. Dentre eles, um meteorito de 4 bilhões da anos que, aparentemente, se desprendeu de Marte.

Sobre a Antártida, você sabia que...

Dizer Antártida ou Antártica está correto?

Na Antártida não há bactérias e em razão disto, alimentos podem ser consumidos após anos sem uso, não existe também o mofo, nem latas enferrujam e nem alimentos apodrecem?

Os blocos de gelo flutuantes (icebergs) são formados por água doce? É em razão disto que os mesmos flutuam, pois a água doce é mais leve que a água salgada do mar

A parte visível dos icebergs sobre as águas representam em média apenas 10% do seu total? 90% estão sob as águas

Só existem duas estações: verão com 6 meses de sol (não existem noites) e inverno com 6 meses de escuridão (não existem dias)

A temperatura média no verão é de 0° C e no inverno de - 20°C, chegando a máxima à - 70° C?

As reservas de carvão ali existentes podem suprir todas as necessidades do nosso planeta por alguns séculos?


Calcula-se que a Antártida tenha cerca de 14 000 000 km2.
Seu contorno é irregular com apenas duas reentrâncias: o Mar de Weddell e o Mar de Ross.

Na Antártida a espessura do gelo chega a atingir 4 km formando grandes inlandsis que recobrem a superfície.

Cerca de 98% da superfície da Antártida é recoberta por geleiras. Estas dão origem aos icebergs que flutuam à deriva pelo mar. O gelo Antártico, que soma 30 milhões de km3, representa mais de 90% da água doce do planeta e é uma riqueza estratégica para o futuro: se todos os rios do mundo fossem alimentados por esse gelo, correriam perenes por pelo menos 600 anos.

O potencial de recursos naturais da Antártida pode ser enorme, havendo indícios de cobre, ouro, chumbo, prata, platina, cromo, carvão, minério de ferro, petróleo e gás natural. No entanto, em 1988, os membros do Tratado da Antártida decidiram que os projetos de exploração econômica estavam proibidos, temendo que a poluição colocasse em risco o continente e seu processo de arquivo de climas passados.

O Tratado da Antártida é um acordo firmado desde 1959, que determina o uso do continente para fins pacíficos, estabelece o intercâmbio de informações científicas e proíbe novas reivindicações territoriais.

O Tratado, do qual o Brasil é signatário, determinou que até 1991 a Antártida não pertenceria a nenhum país em especial, embora todos tivessem o direito de instalar ali bases de estudos científicos. Na reunião internacional de 1991 os países signatários do Tratado resolveram prorrogá-lo por mais 50 anos, isto é, até 2041 a Antártida é um patrimônio de toda a Humanidade. Atualmente o Tratado da Antártida tem 41 associados dos quais 26 são membros consultivos, inclusive o Brasil.

A primeira expedição brasileira à Antárida aconteceu em 1984 com o navio Barão de Teffé, dando início ao Programa Antártico Brasileiro com a instalação da base científica Comandante Ferraz na Ilha do Rei Jorge.

O primeiro avião brasileiro a pousar ali foi um Hércules C-130, em agosto de 1983, em pleno inverno. A partir daí, os vôos de apoio têm se realizado sete vezes ao ano. Isso porque no inverno só se pode chegar ao continente de avião, pois o mar congela e impede a aproximação de navios. Além da Estação Comandante Ferraz, o Brasil conta com 4 refúgios, feitos de um ou dois containers, onde os pesquisadores podem ficar num período de 30 a 40 dias.

Existem no Brasil 22 universidades e institutos de pesquisa que se dedicam ao estudo do continente antártico. Entre eles está o estudo das rotas de migração das aves desenvolvido pela equipe da UNISINOS do Rio Grande do Sul, que já fez o levantamento de mais de 13 mil aves, o trabalho sobre impacto ambiental desenvolvido pelo Instituto Oceanográfico da USP, o estudo dos pingüins que vivem nas proximidades da Estação Comandante Ferraz, a pesquisa das geleiras próximas à estação desenvolvida pelo glaciólogo brasileiro Jefferson Cardia Simões da UFRS, um estudo geológico-estratigráfico da Península Antártica e sua relação com o continente sul-americano, o exame da camada de ozônio e o comportamento do clima antártico e sua influência sobre o Brasil desenvolvido pelos cientistas ligados ao INPE, o estudo sobre as espécies de peixes comestíveis desenvolvido pelas universidades do Estado do Paraná, a busca de meteoritos feita pelos astrônomos do Observatório Antares, de Feira de Santana. Enfim, os estudos brasileiros são dirigidos para uma maior compreensão do meio ambiente global, sendo fundamental toda a atividade desenvolvida na área do Tratado da Antártida.

Características da Antártida

Este continente de 14 milhões de Km2 rodeia o Pólo Sul e é cercado pelo Oceano Antártico, que fica entre o Oceano Pacífico e o Atlântico. Devido ao frio intenso com ventos violentos, esta região, permanentemente coberta pelo gelo, possui condições desfavoráveis para quase todo meio de vida, porém, vivem ali os pingüins, que procuram seu alimento no mar, focas e também um A foca é um animal de clima frio típico da Antártida, alimenta-se do plâncton marinho e é uma das espécies animais que mais corre risco de extinção. O corpo de uma foca é hidrodinâmico, semelhante a um torpedo, com os membros posteriores e anteriores em forma de nadadeira. Outro detalhe interessante é que esta espécie não possui orelhas. Todas essas características fazem destes bichinhos excelentes nadadores, mas em contra partida eles não têm habilidade em terra firme sendo presas fáceis para predadores e caçadores. Para se proteger do frio estes seres não contam com pêlos, mas sim com uma espessa camada de gordura subcutânea.
Os primeiros exploradores desta região atingiram o Pólo Sul somente em 1912 e o mapeamento do relevo foi feito por fotografias aéreas, única forma possível para atravessar o gelo. Ainda há muito que se estudar e observar neste continente, que tem muito a dizer sobre o passado glacial da Terra e sobre suas condições climáticas.
Juridicamente, a Antártida está sujeita ao Tratado da Antártida, pelo qual as várias nações que reivindicaram território no continente, com o propósito de explorar seus minérios nos grandes depósitos de carvão e outros minerais (Argentina, Austrália, Chile, França, Noruega, Nova Zelândia e Reino Unido) concordam em suspender as suas reivindicações, abrindo o continente à exploração científica.
Por esse motivo, e pela dureza das condições climáticas, a Antártica não tem população permanente, embora tenha uma população residente de cientistas e pessoal de apoio nas bases polares, que oscila, em seu número, entre o inverno e o verão.
Uma outra questão importante que envolve a região, na atualidade, é o derretimento das calotas polares. Com o aquecimento da temperatura global, provocado pelo efeito estufa, enormes blocos de gelo ( icebergs ) têm se desprendido do pólo sul. Este fenômeno climático pode acarretar sérios danos no futuro caso continue. Pesquisadores afirmam que muitas cidades litorâneas podem desaparecer do mapa caso o quadro não seja revertido.grande número de baleias.

Antártida

A Antártica, Antártida ambos os termos no Brasil ou Antárctida (em Portugal) é o mais meridional dos continentes e um dos menores, com catorze milhões de quilómetros quadrados. Rodeia o Pólo Sul, e por esse motivo está quase completamente coberto por enormes geleiras (glaciares), excepção feita a algumas zonas de elevado declive nas cadeias montanhosas e à extremidade norte da Península Antártica. Sua formação se deu pela separação do antigo supercontinente Gondwana e seu resfriamento aconteceu nos últimos quarenta milhões de anos.

Possui baixa precipitação no interior, mas não pode ser considerado o maior deserto do planeta devido às baixas taxas de evapotranspiração(a quantidade de água que poderia evaporar numa dada região). Como tal, apenas espécies muito adaptadas como pinguins e musgos conseguem sobreviver.

Juridicamente, a Antártica está sujeita ao Tratado da Antártida, pelo qual as várias nações que reivindicavam territórios no continente (Argentina, Austrália, Chile, França, Noruega, Nova Zelândia e Reino Unido) concordam em suspender as suas reivindicações, abrindo o continente à exploração científica.

Por esse motivo, e pela dureza das condições climáticas, não tem população permanente, embora tenha uma população residente de cientistas e pessoal de apoio nas bases polares, que oscila entre mil (no inverno) e quatro mil pessoas (no verão). Apenas lá moram provisoriamente os cientistas em base de investigação.

Índice [esconder]
1 História
2 Geografia
2.1 Relevo
2.2 Clima
3 Demografia
4 Geologia
4.1 Paleozóico
4.2 Mesozóico
4.3 Divisão da Gondwana
4.4 Geologia atual
4.5 Recursos naturais
5 Meio ambiente
5.1 Flora
5.2 Fauna
6 Infra-estrutura
6.1 Comunicação
6.2 Transportes
7 Política
7.1 Territórios da Antártica
7.2 Os países interessados em participar numa futura divisão territorial da Antártica
8 Economia
9 Pesquisas
10 Curiosidades
11 Tratado da Antártida
12 Notas
13 Referências
14 Ver também
15 Ligações externas



[editar] História
Ver artigo principal: História da Antártica

O navio de Shackleton, Endurance, preso no gelo durante a expedição de 1914.Como não há povos nativos da Antártica, a sua história é a da sua exploração. É muito provável que os povos de regiões próximas ao continente tenham sido os primeiros a explorá-lo: os povos Aush da Terra do Fogo, por exemplo, falam sobre o "país do gelo" e um chefe maori de nome Ui-Te-Rangiora teria atingido a região em 650 d.C[1][2]. No entanto, esses povos não deixaram vestígios de sua presença.

As primeiras expedições documentadas começam no século XVI. Américo Vespúcio relatou o registro visual de terras a 52°S. Várias expedições aproximaram-se gradativamente do continente sem, no entanto, ter-se a certeza de que se tratava realmente de um continente ou de um conjunto de ilhas, até às expedições de James Cook, o primeiro a circunavegá-lo entre 1772 e 1775 sem o avistar, devido à névoa e aos icebergs.

A ocupação humana propriamente dita começa na primeira metade do século XIX, quando navios baleeiros chegavam à região das Ilhas Sanduíche do Sul. Nesse período, James Weddell e Ross descobriram os mares que hoje levam seus nomes. Este último fez uma viagem de exploração na qual descobriu ainda a Ilha de Ross, os montes Erebus e Terror e a Terra de Vitória, retornando em 1843[2]. Realizados em 1895 e 1889, os dois Congressos Internacionais de Geografia obtêm relativo sucesso em seu chamado pela exploração do continente meridional, pois diversas expedições nacionais foram realizadas.


Paisagem típica da AntárticaNo início do século XX, os exploradores se voltam para a conquista do Pólo Sul. Ernest Henry Shackleton organizou uma expedição em 20 de outubro de 1908, sendo obrigado a retornar sem atingir o Pólo. Seguem-se a ele, Roald Amundsen e Robert Falcon Scott em uma verdadeira corrida, pois partem com apenas duas semanas de diferença em outubro de 1911 a partir da Plataforma de Ross. Amundsen atinge o Pólo em 14 de dezembro de 1911, retornando em janeiro. O grupo de Scott chega ao ponto em 17 de janeiro e encontra a bandeira norueguesa. No caminho de volta, os cinco expedicionários morrem de fome e exaustão.

Após a conquista do pólo, restava ainda a façanha de atravessar o continente de costa a costa. Shackleton assumiu a tarefa na Expedição Imperial Transantártica, em 1914, que não obteve sucesso por uma série de dificuldades, a primeira delas foi os navios terem ficado presos no gelo e afundado.

Richard Evelyn Byrd, explorador dos Estados Unidos, foi o primeiro a sobrevoar o Pólo Sul em 28 e 29 de novembro de 1929 após o que conduziu diversas viagens de avião à Antártica nos anos 30 e nos anos 40. Ele também realizou extensas pesquisas geológicas e biológicas[3]. Atualmente, após o Tratado da Antártica, muitos países mantêm bases de pesquisa permanente e a ocupação humana é constante.


[editar] Geografia
Ver artigo principal: Geografia da Antártica

Montanhas na Antártica.
Imagem de satélite da Antártica.
A Europa inscrita na Antártica (por comparação)A maior parte do continente Austral está localizada ao sul do Círculo Polar Antártico, circundada pelo Oceano Antártico. É a massa de terra mais meridional e compreende mais de 14 milhões de quilômetros quadrados, tornando-se o quinto maior continente. Sua costa mede 17.968 quilômetros e é caracterizada por formações de gelo, como mostra a tabela:

Tipos de costa ao longo da Antártica (Drewry, 1983) Tipo Ocorrência
Plataforma de gelo (gelo flutuante) 44%
Paredes de gelo (sobre o solo) 38%
Correntes de gelo (limite do gelo ou parede de gelo) 13%
Rocha 5%
Total 100%

Fisicamente, ela é dividida em duas partes pelos Montes Transantárticos perto do estreitamento entre o Mar de Ross e o Mar de Weddell: a Antártica Oriental, ou Maior, e a Antártica Ocidental, ou Menor, porque correspondem aproximadamente aos hemisférios ocidental e oriental em relação ao meridiano de Greenwich.

Aproximadamente 98% da Antártica estão cobertos por um manto de gelo. O manto de gelo tem em média 2 quilômetros de espessura. Essa cobertura de gelo contém 70%[4] de toda a água doce do planeta e torna o continente antártico aquele de maior altitude média. O gelo forma barreiras que se estendem para além da costa, formando banquisas, ou plataformas, a maior das quais é a de Ross. De sua ruptura originam-se os icebergs. Graças ao peso desse gelo, a maior parte do continente está abaixo do nível do mar.

Em grande parte do interior do continente a precipitação média anual fica entre 30 e 70 mm[5]; em algumas áreas de "gelo azul" a precipitação é mais baixa do que a perda de massa pela sublimação e, assim, o balanço local é negativo. Nos vales secos o mesmo efeito ocorre sobre uma base de rochas, conduzindo a uma paisagem esturricada.


A Antártica sem sua cobertura de gelo. Esse mapa não considera que o nível do mar e do continente se elevariam pelo derretimento do gelo.A Antártica Ocidental é coberta pela manto de gelo da Antártica Ocidental. Esta chamou atenção recentemente por causa da possibilidade real de seu colapso. Se derretesse, o nível do mar elevar-se-ia em vários metros em um curto espaço de tempo geológico, talvez em questão de séculos. Diversos fluxos de gelo Antártico, que correspondem a aproximadamente 10% da cobertura de gelo, correm para uma das muitas plataformas.

A Antártica tem mais de 70 lagos que se encontram sob a superfície de gelo continental. O lago Vostok, descoberto abaixo da estação Vostok Russa em 1996, é o maior deles. Acredita-se que o lago esteve selado por 35 milhões de anos. Há também alguns rios no continente, o maior dos quais é o rio Onyx com 30 quilômetros que desagua no lago Vanda a 75 metros de profundidade.


[editar] Relevo

Monte Erebus.Na Antártica Oriental encontram-se os Montes Transantárticos (ou Cadeia Transantártica) que se estende por 4.800 quilômetros, desde a Terra de Vitória à Terra de Coasts. Na Ocidental está a Península Antártica, ao sul da qual se encontram os Montes Ellsworth e o Maciço Vinson, ponto mais elevado do continente com 5.140 metros. Localizadas entre suas cordilheiras, há sete geleiras na Antártica, das quais a maior é a Geleira Byrd.

Embora seja lar de muitos vulcões, apenas uma cratera na Ilha Decepção e o Monte Erebus expelem lava atualmente, a primeira desde 1967. O Monte Erebus, de 4.023 metros de altitude e localizado na Ilha de Ross, é o vulcão ativo mais ao sul do mundo. Pequenas erupções são comuns e fluxos de lava foram observados em anos recentes.


[editar] Clima
Ver artigo principal: Clima da Antártica

O gelo azul cobrindo o Lago Fryxell, nos Montes Transantárticos, origina-se do derretimento de gelerias.A Antártica é o continente mais frio e seco da Terra, um grande deserto. A precipitação média anual fica entre 30 e 70 mm[5]. Além disso, as temperaturas médias em sua região central ficam entre -30°C e -65°C[5], sendo a menor temperatura do mundo, -89,2°C, documentada na base russa de Vostok, a aproximadamente 3.400 metros de altitude no dia 21 de Julho de 1983. Devido à influência das correntes marítimas, as zonas costeiras apresentam temperaturas mais amenas, entre os -10°C e -20°C.


A glaciação de uma montanha.Estima-se que apesar dos seis meses de escuridão do inverno, a incidência da energia solar no Pólo Sul seja semelhante à recebida anualmente no equador, mas 75% dessa energia é refletida pela superfície de gelo.[6]

A Antártica Oriental é mais fria que a Ocidental por ser mais elevada. As massas de ar raramente penetram muito no continente, deixando seu interior frio e seco. O gelo no interior do continente dura muito, apesar da falta de precipitação para renová-lo. A queda de neve não é rara no litoral, onde já se registrou a queda de 1,22 metro em 48 horas. Também é um continente com ventos fortes, registrando-se ventos com velocidades superiores a 140 km/h nas costas. No interior, entretanto, as velocidades são tipicamente moderadas.

A Antártica é mais fria do que o Ártico por dois motivos: em primeiro lugar, grande parte do continente está a mais de três quilômetros acima do nível do mar. Em segundo lugar, a área do Pólo Norte é coberta pelo Oceano Ártico e o relativo calor do oceano é transferido através do gelo, impedindo que as temperaturas nas regiões árticas alcancem os extremos típicos da superfície da terra no sul.

Alguns eventos climáticos são comuns na região. A aurora austral, conhecida como luzes do sul, é um brilho observado durante a noite perto do Pólo Sul. Outro acontecimento é o pó de diamante, neblina composta de pequenos cristais de gelo. Forma-se geralmente sob céu limpo, por isso as pessoas referem-se a ele como precipitação de céu limpo. Falsos sóis, brilhos formados pela reflexão da luz solar em cristais de gelo, conhecidos como parélio, são uma manifestação óptica atmosférica comum[7].


Icebergs do tipo "Tabular".

[editar] Demografia
Ver artigo principal: Demografia da Antárctica

Trabalho de campo.Embora a Antártica não tenha residentes permanentes, alguns governos mantêm estações de pesquisa permanentes por todo o continente. A população de cientistas no continente e nas ilhas subantárticas varia de aproximadamente quatro mil no verão a mil no inverno. Muitas das estações de pesquisa mantêm pessoal durante todo o ano.

Os primeiros habitantes semipermanentes das áreas subantárticas eram marinheiros da Inglaterra e Estados Unidos que costumavam passar um ano ou mais na Geórgia do Sul, de 1786 em diante. Durante a era da caça à baleia, que durou até 1966, a população da ilha variava de mil no verão (ou dois mil em alguns anos) a duzentas no inverno. A maioria dos baleeiros era norueguesa, com crescente proporção de britânicos. Os povoados incluíam Grytviken, Leith Harbour, Ponto Rei Eduardo, Stromness, Husvik, Prince Olav Harbour, Ocean Harbour e Godthul.


Dois pesquisadores dos Estados Unidos estudando o plâncton em microscópios.Os administradores e outros oficiais encarregados das estações baleeiras muitas vezes viviam junto com suas famílias. Entre eles estava o fundador de Grytviken, o Capitão Carl Anton Larsen, um importante baleeiro norueguês e explorador que adotou a cidadania britânica em 1910 junto com a família.

A primeira criança nascida na região polar do sul foi uma menina norueguesa Solveig Gunbjörg Jacobsen, na cidade de Grytviken em 8 de Outubro de 1913, e seu nascimento foi registrado pelo magistrado britânico residente na Ilha Geórgia do Sul. Era filha de Fridthjof Jacobsen, administrador assistente da estação baleeira, e de Klara Olette Jacobsen. Jacobsen chegou à ilha em 1904 para tornar-se o administrador de Grytviken, servindo de 1914 a 1921; duas de suas crianças nasceram na ilha[8].

Emilio Marcos de Palma foi o primeiro a nascer no continente, na Base Esperanza em 1978. Seus pais haviam sido enviados para lá junto com sete outras famílias pelo governo argentino para determinar se a vida em família era possível no continente. Em 1984, Juan Pablo Camacho nasceu na base de Presidente Eduardo Frei Montalva, sendo o primeiro chileno nascido na Antártica. Diversas bases são agora lar de famílias com crianças que vão a escolas em estações[9].


[editar] Geologia
Há mais de 170 milhões de anos, a Antártica fazia parte da Gondwana. Ao longo do tempo, a Gondwana dividiu-se e a Antártica como é hoje formou-se por volta de 25 milhões de anos atrás.


[editar] Paleozóico

O monte Herschel.No período Cambriano, entre 540 e 250 milhões de anos atrás, o clima na Gondwana era ameno. A Antártica Ocidental estava parcialmente no hemisfério norte, e durante este período grandes quantidades de arenito, calcário e xisto foram depositados. A Antártica Oriental estava no equador, onde invertebrados e trilobitas floresciam no fundo dos mares tropicais. Por volta do início do período Devoniano (416 milhões de anos) a Gondwana estava em latitudes mais ao sul e o clima mais frio, embora fósseis de plantas deste período sejam conhecidos. Areia e siltes assentaram-se no que são agora os Montes Ellsworth, os Montes Horlick e os de Pensacola. A glaciação começou no fim do período Devoniano (360 milhões de anos) enquanto movia-se em direção ao pólo sul e o clima esfriou, embora ainda houvesse flora. Durante o período Permiano, pteridófitas que cresciam em pântanos dominavam a paisagem. Com o tempo estes pântanos transformaram-se em depósitos de carvão nos Montes Transantárticos. Um aquecimento contínuo ao fim do Permiano tornou o clima quente e seco na maior parte da Gondwana. [10]

[editar] Mesozóico

Estreito de Bransfield.Como resultado do aquecimento contínuo, entre 250 e 65 milhões de anos atrás, a cobertura de gelo polar derreteu e grande parte da Gondwana transformou-se em um deserto. Na Antártica Oriental pteridospermatophytas, espécie de pteridófita atualmente extinta, tornaram-se comuns, e grandes quantidades de arenito e de xisto assentaram-se. A Península Antártica começou a se formar durante o período Jurássico (entre 206 e 146 milhões de anos atrás), e as ilhas subantárticas emergiram gradualmente do oceano. Nogueiras-do-Japão e cicadáceas eram abundantes durante este período, bem como répteis. No período Cretáceo (entre 146 e 65 milhões de anos atrás), a Antártica Ocidental foi dominada por florestas de coníferas, embora notofagáceas tenham começado a dominar no fim deste período. Amonites eram comuns nos mares em torno da Antártica, e também havia dinossauros, embora somente duas espécies antárticas tenham sido encontradas até agora (Criolofossauro e Antarctopelta). Foi durante esse período que a Gondwana começou a separar-se.

[editar] Divisão da Gondwana
A África separou-se da Antártica por volta de 160 milhões de anos atrás, seguida pela Índia no início do Cretáceo (aproximadamente 125 milhões de anos). Há 65 milhões de anos atrás, a Antártica (ainda conectada a Austrália) tinha um clima entre tropical e subtropical, somado a uma fauna de marsupiais. Há 40 milhões de anos atrás, a Austrália unida a Nova Guiné separou-se da Antártica e o gelo começou a aparecer. Por volta de 23 milhões de anos atrás, o surgimento da passagem de Drake entre a Antártica e a América do Sul resultou no aparecimento da Corrente Circumpolar Antártica. O gelo propagou-se, substituindo as florestas que cobriam o continente. O continente está coberto de gelo desde 15 milhões de anos atrás[11].


[editar] Geologia atual
Os estudos geológicos da Antártica foram dificultados pelo fato de quase todo o continente ser coberto permanentemente com uma grossa camada de gelo. Entretanto, novas técnicas como o sensoreamento remoto começaram a revelar as estruturas por debaixo do gelo.


Geleira na Península Antártica.Geologicamente, a Antártica Ocidental assemelha-se aos Andes[10]. A península Antártica foi formada pela elevação e metamorfismo de sedimentos do leito do mar durante o final das eras Mesozóica e Paleozóica. Esta elevação de sedimentos foi acompanhada de intrusões ígneas e vulcanismo. As rochas mais comuns na Antártica Ocidental são o andesito e o riolito formadas durante o período Jurássico. Há evidências de vulcanismo, mesmo depois da formação do manto de gelo, na Terra de Marie Byrd e na Ilha de Alexandre. A única área atípica da Antártica Ocidental é a dos Montes Ellsworth, a região onde a estratigrafia é mais parecida com a da parte oriental do continente.

A Antártica Oriental é geologicamente muito velha, datando do pré-cambriano, com algumas rochas formadas há mais de três bilhões de anos atrás. É formada de uma plataforma metamórfica e ígnea que é a base do escudo continental. Acima desta base estão várias rochas mais modernas, como arenito, calcário, carvão e xisto colocadas durante os períodos Devoniano e Jurássico para dar forma aos Montes Transantárcticos. Em áreas costeiras como a Cordilheira Shackleton e a Terra de Victoria algumas falhas geológicas foram encontradas.

O principal recurso mineral conhecido no continente é o carvão[11]. Inicialmente, foi encontrado por Frank Wild perto da Geleira de Beardmore na expedição do Nimrod, e conhece-se a existência de carvão de baixa qualidade em muitas partes dos Montes Transantárticos. As Montanhas Príncipe Charles contêm depósitos significativos de minério de ferro. Os recursos mais valiosos da Antártica estão localizados ao largo dela, a saber, campos petrolíferos e de gás natural encontrados no Mar de Ross em 1973. A exploração de todos os recursos minerais está proibida até 2048 pelo Protocolo de Proteção Ambiental do Tratado da Antártica.


[editar] Recursos naturais
O potencial de recursos naturais da Antártida pode ser enorme, havendo indícios de cobre, ouro, chumbo, prata, platina, cromo, carvão, minério de ferro, petróleo e gás natural. No entanto, em 1988, os membros do Tratado da Antártida decidiram que os projetos de exploração econômica estavam proibidos, temendo que a poluição colocasse em risco o continente e seu processo de arquivo de climas.


[editar] Meio ambiente

O buraco na camada de ozônioAs condições de vida na Antártica limitam a variedade da mesma encontrada em terra e, apesar, de seu isolamento, a atividade humana trouxe problemas como o lixo das estações de pesquisa, o buraco na camada de ozônio sobre o continente, o turismo e o aquecimento global. O buraco pode inclusive ameaçar as teias alimentares, pois a luz ultravioleta afeta o crescimento do fitoplâncton do qual se alimenta o krill. Mas o problema tem se reduzido ao passar dos anos, devido a proibição de produtos com CFCs.

[editar] Flora
As principais dificuldades para o crescimento dos vegetais na Antártica são os fortes ventos, a curta espessura do solo e a limitada quantidade de luz solar, durante o verão.

Por isso, a variedade de espécies de plantas na superfície é limitada a plantas "inferiores", como musgos e hepáticas. Além disso há uma comunidade autotrófica, formada por protistas. A flora continental consiste em líquens, briófitas, algas e fungos. O crescimento e a reprodução ocorrem geralmente no verão.

Há mais de 200 espécies de líquens e aproximadamente 50 espécies de briófitas, tais como musgos. No continente existem 700 espécies de algas, a maioria das quais forma o fitoplâncton. Diatomáceas e algas da neve, algas microscópicas que crescem na neve e no gelo dando-lhes coloração, são abundantes nas regiões costeiras durante o verão. Há duas espécies de plantas que florescem e são encontradas na península Antártica: Deschampsia antarctica e Colobanthus quitensis[12].


[editar] Fauna

Pinguins imperadoresO krill é muito importante para a maior parte das teias alimentares, servindo de alimento para lulas, baleias, focas, como a foca-leopardo, pinguins e outras aves. As aves mais comuns são os pinguins, os albatrozes e os petréis, no entanto, somente 13 espécies fazem seus ninhos em terra firme, geralmente no litoral, e partem para regiões mais quentes no inverno. Enquanto todas as demais migram, duas espécies de pinguim permanecem e migram para o interior: o pinguim imperador, maior espécie, e o pinguim-de-adélia. Por volta de abril, machos e fêmeas dos pinguins imperadores migram cem quilômetros para o sul, as fêmeas voltam para o litoral para se alimentar, só voltando em julho e os machos se agrupam para se aquecerem.


Krill Antártico (Euphausia superba), base de muitas teias alimentares.A fauna dos mares em torno da Antártica é bastante rica. Em particular é composta por uma miríade de invertebrados como esponjas, anêmonas, estrelas-do-mar, ouriços-do-mar anelídeos, crustáceos e moluscos e entre os mais abundantes estão o isópode Glyptonotus antarticus e o molusco Nacella concinna comum nas zonas costeiras. As condições ambientais afetam o crescimento e a reprodução desses animais: eles se tornam maiores e crescem mais lentamente, se reproduzindo de forma mais lenta em comparação com seus primos de regiões quentes.

A aprovação do Ato de Conservação da Antártica trouxe severas restrições ao continente. A introdução de plantas ou dos animais estrangeiros pode ser punida criminalmente, bem como a retirada de qualquer espécie nativa. O excesso de pesca do krill, de grande importância para o ecossistema local, fez com que a pesca fosse regulamentada e controlada. A Convenção para Conservação dos Recursos Vivos Marinhos Antárticos (CCAMLR, em inglês), um tratado que entrou em vigor em 1980, requer que regulamentos sobre o Oceano Antártico levem em conta os potenciais efeitos sobre todo o ecossistema Antártico. Apesar destes novos regulamentos, a pesca ilegal, particularmente da merluza-negra, continua sendo um sério problema. A pesca ilegal da merluza aumentou, para cerca de trinta e duas mil toneladas em 2000[13][14].


[editar] Infra-estrutura

[editar] Comunicação

Correios na Antártica.As comunicações na Antártica já foram dificultadas pelo isolamento do continente, mas no presente as comunicações por satélite possibilitam a conversação de cientistas com suas famílias pela internet. Embora não haja cabos telefónicos para o continente, os telefones via satélite também são utilizados e os telefones convencionais são utilizados para comunicações internas nas bases, aviões e navios da região[15]. Há pelo menos uma estação de televisão transmitindo no continente, para a Estação McMurdo dos Estados Unidos, além de estações de rádio, AM e FM, e de comunicação através de ondas curtas como o radioamadorismo[15]. O correio chega à Antártica através de helicópteros e navios.

[editar] Transportes
Os transportes na Antártica evoluíram desde os trenós puxados por cães na época de Shackleton aos veículos motorizados atuais. Os meios de transporte em áreas remotas como a Antártica têm que lidar com as baixas temperaturas e os fortes ventos para garantir a segurança dos passageiros. Devido à fragilidade do ecossistema antártico, poucos deslocamentos podem ser feitos e a utilização de transportes sustentáveis é necessária para minimizar os efeitos no espaço ecológico. A infra-estrutura em água, solo e ar precisa ser segura. Presentemente, milhares de turistas e cientistas utilizam o sistema de transportes da Antártica.

O transporte por terra é feito a pé (por meio de esquis e sapatos de neve) ou veículos (veículos motorizados como as motos de neve, escavadeiras e no passado, trenós puxados por cães). A escassez e baixa qualidade das estradas limitam as viagens por terra. Em geral, os veículos precisam estar adaptados com pneumáticos mais grossos, correias como as dos carros de combate ou correntes[16].


Navio de exploração na Antártica.O único porto da Antártica fica na Estação McMurdo[15]. A maioria das estações costeiras tem ancoradouros e os suprimentos são transportados dos navios para a praia em pequenos barcos e helicópteros. Poucas estações têm cais. Todos os navios ancorados são submetidos à inspeção de acordo com o artigo sete do Tratado da Antártica[15]. As ancoragens costeiras são raras e intermitentes. Normalmente é necessário que um navio quebra-gelo abra caminho antes que outros navios possam navegar.

O transporte aéreo é feito por meio de aviões e helicópteros. Os aviões precisam de esquis ou rodas para pousar. As pistas de pouso e decolagem dos aviões e os heliportos têm que ser mantidas livres de neve para assegurar pousos e decolagens seguras. O continente tem 32 aeroportos, mas não há aeroportos abertos ao acesso público ou instalações de pouso[15]. Trinta estações, operadas por 16 governos signatários do Tratado da Antártica, têm instalações de pouso para helicópteros e aviões. Empresas comerciais operam ainda duas instalações aeroportuárias[15]. Heliportos estão disponíveis em 27 estações[15]. As pistas de pouso e decolagem em 15 locais são feitas de cascalho, banquisas, gelo azul ou neve compactada apropriados para pousos de aviões com pneus. As pistas de pouso são em geral pequenas[15].

Os aeroportos da Antártica estão sujeitos a severas limitações por causa das condições climáticas e geográficas. Eles não atendem aos padrões da Organização da Aviação Civil Internacional[15] e a aprovação das organizações governamentais ou não-governamentais responsável é necessária antes do pouso.


[editar] Política

Reabastecimento pelo navio da Marinha Uruguaia, 'Vanguardia'.
Base antartica brasileira Comandante Ferraz.Como único continente inabitado, a Antártica não tem nenhum governo e não pertence a nenhum país. Vários países reivindicam áreas, mas estas reivindicações não são reconhecidas por outros. A área entre 90°W e 150°W é a única parte da Antártica, na verdade a única da Terra, não reivindicada por nenhum país[15].

Desde 1959, as reivindicações na Antártica estão suspensas e o continente é considerado politicamente neutro. Sua situação é regulada pelo Tratado da Antártica de 1959 e por outros acordos relacionados, chamados em seu conjunto de Sistema de Tratados Antárticos. Para as finalidades do Sistema de Tratados, a Antártica é definida como toda a terra e plataformas de gelo em torno dos 60°S. O tratado foi assinado por 12 países, incluindo a União Soviética e os Estados Unidos da América. Ele transformou a Antártica em uma área de preservação científica, estabeleceu a liberdade de investigação científica, a proteção ambiental, e baniu exercícios militares no continente. Este foi o primeiro acordo para o controlo de armas estabelecido durante a Guerra Fria.

O Tratado da Antártica proíbe quaisquer operações militares na Antártica, tais como o estabelecimento de bases e de fortificações militares, a realização de manobras militares, ou o teste de qualquer tipo de arma. Pessoal e equipamento militar são permitidos apenas para pesquisa científica ou para outros propósitos pacíficos[17]. A única operação militar em larga escala documentada foi a Operación 90, empreendida pelas forças armadas da Argentina[18] dez anos antes de estabelecido o Tratado.


[editar] Territórios da Antártica

Reivindicações territoriais na Antártica.País Território Limites Data
Argentina Terra do Fogo De 25°W a 74°W 1943
Austrália Território Antárctico Australiano De 160°E a 142°2'W e 136°11'W a 44°38'E 1933
Chile Região de Magalhães e Antártica Chilena De 53°W a 90°W 1940
França Terra Adélia De 142°2'E a 136°11'E 1924
Nova Zelândia Dependência de Ross De 150°W a 160°E 1923
Noruega Terra da Rainha Maud De 44°38'E a 20°W 1939
Ilha de Pedro I De 68°50'S a 90°35'W 1929
Reino Unido Território Britânico da Antártica De 20°W a 80°W 1908
Nenhum Territórios não reclamados De 90°W a 150°W

As reivindicações argentina, britânica e chilena sobrepõem-se. A Austrália tem a maior reivindicação de território na Antártica.


[editar] Os países interessados em participar numa futura divisão territorial da Antártica
Este grupo de países que participam como membros consultivos do Tratado da Antárctida, têm interesse no continente Antártico territorial, mas por disposições do Tratado Antártico não pôde apresentar as suas alegações durante a sua validade.[19][20]

Brasil
Espanha
Peru
África do Sul
Os Estados Unidos da América e a Rússia não reconhecem nenhuma reivindicação territorial na Antártica, e reservaram-se o direito de fazer suas próprias reivindicações.

A Alemanha também manteve uma reivindicação chamada Nova Suábia, entre 1939 e 1945. Ela estava situada entre 20°E e 10°W, sobrepondo a reivindicação da Noruega.


[editar] Economia
Ver artigo principal: Economia da Antártica

O comércio ilegal da merluza-negra levou a várias prisões. Na imagem, o Peixe gelo, espécie irmã.Ainda que o carvão, os hidrocarbonetos, o minério de ferro, a platina, o cobre, o crômio, o níquel, ouro e outros minerais tenham sido encontrados, eles existem em quantidades pequenas demais para a exploração. O Protocolo de Proteção Ambiental para o Tratado da Antártica (ou Protocolo de Madri) de 1991 também restringe disputas por recursos. Em 1998 um compromisso pela proibição da mineração por 50 anos até o ano 2048, e desenvolvimento econômico e exploração mais limitados foram alcançados. A atividade primária básica é a captura e comércio de peixes. A pesca Antártica entre 2000 e 2001 chegou a 112.934 toneladas[15][21].


Passeio turístico.O turismo em pequena escala existe desde 1957 e é atualmente auto-regulado pela Associação Internacional das Operadoras de Turismo Antártico (IAATO, em inglês). Entretanto, nem todas as embarcações uniram-se à IAATO. Muitos navios transportam pessoas para locais turísticos específicos. Um total de 27.950 turistas visitou a Antártica no verão de 2004 a 2005, quase todos vindos de navios comerciais. Esse número deverá aumentar para 80 mil em 2010[22][23]. Houve algumas preocupações recentes sobre os efeitos ambientais causados pelo influxo de visitantes. Ambientalistas e cientistas fizeram apelos por maiores restrições aos navios e ao turismo[24]. Sobrevôos da Antártica (que não aterrissam) vindos da Austrália e Nova Zelândia eram realizados até o acidente do vôo 901 da Air New Zealand em 1979 no monte Erebus, e foram recomeçados da Austrália na metade da década de 1990.

[editar] Pesquisas

A Lua cheia e 25 segundos de exposição permitiram a entrada de luz suficiente nesta foto tirada na Estação Pólo Sul Amundsen-Scott durante a longa noite Antártica. A nova estação pode ser vista no fundo à esquerda, a usina de energia no centro e a antiga garagem no primeiro plano à direita.Anualmente, cientistas de 27 nações conduzem experimentos impossíveis de reprodução em outros lugares do mundo. No verão mais de 4.000 cientistas operam estações de pesquisa e este número diminui para quase 1.000 no inverno[15]. A Estação McMurdo é capaz de abrigar mais de 1.000 cientistas, visitantes e turistas.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

A fauna da Antártida

A fauna antártica, de modo geral, é caracterizada, basicamente, pela pequena variedade de espécies, grande número de indivíduos e pelo ciclo sucessivo de migração.
Na Antártica, existe uma pequena variedade de aves se comparadas, por exemplo, com as aves da Amazônia. Em contrapartida, as aves antárticas apresentam-se em quantidades muito superiores. Podem-se encontrar mais de 2 milhões de albatrozes de uma única espécie, reunidos num mesmo local, na época de procriação, ou mesmo colônias de pingüins com 1,5 milhões de indivíduos.
O reduzido número de espécies de aves deve-se à cadeia alimentar bastante simplificada, com poucas opções alimentares e a pouca disponibilidade de locais adequados à reprodução. O rigor do clima não é o fator principal para o reduzido número de espécies, já que existem imensas populações de aves de uma determinada espécie que, evidentemente, estão adaptadas às condições alimentares e de procriação disponíveis nas regiões antárticas.
As aves mais características da Antártica são os pingüins. São bastante adaptados à vida aquática. Suas asas transformaram-se em verdadeiros remos, nadam com bastante rapidez, atingindo velocidades de até 40 quilômetros por hora, chegando a mergulhar até 250 metros de profundidade, permanecendo submersos por até 18 minutos. No mar, avançam saltando para fora d'água como os golfinhos, para diminuir o atrito com a água e para respirar.
A maior parte das espécies habitam regiões de água fria e, para reduzir a perda de calor, possuem uma grossa camada de gordura sob a pele e uma espessa proteção de penas. Sempre que retornam do mar, os pingüins fazem a impermeabilização de suas penas, que são untadas com óleo retirado de uma glândula especial. Esse procedimento, efetuado com o bico, confere um eficiente isolamento hídrico e térmico para enfrentar os rigores do clima.
Os pingüins possuem uma grande capacidade de adaptação tanto à vida na terra quanto no mar. O branco de seu ventre ilude os predadores que vem de baixo, como as focas e as baleias, e o preto do dorso engana as aves de rapina, como as skuas e os petréis, que observam do alto. De todas as espécies de pingüins que habitam a Antártica, somente o pingüim-imperador e o pingüim-adélia nidificam no Continente Antártico. As demais espécies ocupam a Península Antártica e ilhas próximas e outras ilhas subantárticas.
Os seus principais predadores são as skuas que atacam os seus ninhos, "roubando" ovos e filhotes. Os ninhos vazios permanecem ocupados pelos pais, contribuindo para a proteção da colônia, revelando um elevado caráter de proteção de grupo. Assim procedendo, evitam que ninhos mais do interior da colônia sejam predados pelas skuas. No mar, são predados por algumas espécies de focas, que atacam tanto os filhotes quanto os adultos.
A skua, Catharacta skua, ou gaivota rapineira, é também uma das aves mais características da Antártica. Possui bico forte em forma de gancho e plumagem escura. Essas aves são bastante agressivas e defendem seu território contra todos os invasores, inclusive o homem, lançando-se em vôo rasante sobre ele. Possuem uma atração especial por ovos e pequenos filhotes de pingüins. As skuas vivem em casais e seus ninhos são covas construídas nos musgos, onde põem de um a dois ovos de um verde cinza-oliva com manchas escuras. Seus filhotes são de cor marrom acinzentado claro. Uma característica interessante dessas aves é que elas podem migrar para o Ártico, durante o inverno antártico. Em 1979, uma skua polar, anilhada para estudo, próxima à estação americana Palmer, foi encontrada seis meses depois por esquimós na Groenlândia, tendo percorrido 14 mil quilômetros.
Os petréis são aves meramente marítimas que, em período de procriação, procuram o Continente Antártico ou as suas ilhas. Existem nos mais variados tamanhos e suas narinas localizam-se na parte superior do bico. O petrel-gigante, Macronectes giganteus, possui envergadura de aproximadamente 2,10 metros. Seu corpo tem cerca de 90 centímetros. Geralmente são da cor marrom, com a cabeça um pouco mais clara. Certos exemplares têm coloração branca, com manchas pretas no corpo. Seus filhotes são da cor branca. Os petréis-gigantes alimentam-se de qualquer animal recentemente morto ou já em decomposição, mas também caçam, especialmente, pingüins.
A pomba-do-cabo, Daption capense, tem a cabeça negra e o dorso branco com numerosas pintas escuras. São localizadas, freqüentemente, nas proximidades das embarcações, em grupos de muitos indivíduos. Fazem seus ninhos entre as rochas, nas saliências das escarpas à beira-mar e alimentam-se de peixes.
Já a pomba-antártica, Chionis alba, vive nas colônias de pingüins onde constrói seu ninho e alimenta-se, preferencialmente, das fezes de pingüins, ricas em proteínas. É inteiramente branca e o bico tem uma placa achatada, terminando numa ponta fina.
O biguá tem pescoço comprido e o bico recurvado é fino e longo. A coloração negra recobre o dorso, a cabeça e o bico, enquanto o ventre é inteiramente branco e os olhos azuis. A cor dos olhos faz com que seja chamado biguá-de-olhos-azuis, Phalacrocorax atriceps. Fazem seus ninhos em pequenos montes formados de lama, fezes, penas e restos de vegetais e são utilizados, todos os anos, pelos mesmos indivíduos daquela colônia.
Os trinta-réis são gaivotinhas ou andorinhas-do-mar. Têm corpo delicado com cerca de 38 centímetros de comprimento e são providos de um bico fino e pontudo. O trinta-réis antártico, Sterna vittata, alimenta-se de peixes, pescando-os em vôo de queda livre. O trinta-réis do Polo Norte, Sterna paradisae, é um visitante do Ártico. Nidifica, exclusivamente, no Ártico e migra para a Antártica, fugindo dos rigores dos invernos polares, vivendo nos extremos do planeta, onde os dias são permanentes durante os verões, talvez seja o animal da Terra que mais vê a luz solar.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

História da Antartida


Como não há povos nativos da Antártica, a sua história é a da sua exploração.

É muito provável que os povos de regiões próximas ao continente tenham sido os primeiros a explorá-lo: os povos Aush da Terra do Fogo, por exemplo, falam sobre o "país do gelo" e um chefe maori de nome Ui-Te-Rangiora teria atingido a região em 650 d.C.

No entanto, esses povos não deixaram vestígios de sua presença.

Por que este tema?

Nós escolhemos este tema por que achamos interessante para pesquisar em nosso trabalho de geografia.
A Antártida é um lugar longe e muito grande que já está sofrendo com as mudancas de clima, muitos lugares já estão derretendo e sofrendo pelo aquecimento global e podem sumir.
Por causa do homem que está destruindo com tudo oque vêe pela frente...
Muitos lugares onde pessoas vão para pesquisar está ainda inativo sem problema de acabar, mas com toda essa ganancia do homem que destroe tudo, já existe o risco de sumir.